21 Exposição:

OLHAR DE JOÃO

DE D. JOÃO DE ORLEANS E BRAGANÇA

De 05 DE AGOSTO A 05 DE SETEMBRO DE 2010

Dom João de Orleans e Bragança estreou na fotografia profissional em 1977, com a publicação de uma série de artigos na Manchete e na Revista Geográfica. Realizou a primeira exposição, Sombras e grafismos, em 1987, na Galeria Maurício Leite Barbosa, no Rio de Janeiro, e publicou o primeiro livro no ano seguinte: Rio Imperial. Desde então, desenvolveu intensa atividade expositiva e editorial quase que integralmente centrada em temas brasileiros, com exceção do ensaio dedicado ao oásis de Siwa. Mas esse também era baseado em idêntico impulso de busca das próprias origens, pois o Egito é a terra natal de sua mãe. E, ao fotografar o sítio do célebre Oráculo de Amon (consultado por Alexandre Grande em 331 antes da Era Moderna), João efetuou uma elipse no tempo que o aproximou de outro ensaio em preto e branco, dedicado à cidade fluminense de Trajano, em 1990.

D ividindo-se com igual talento entre a cor e o preto e branco, assim como entre o retrato e a fotografia de paisagem, João se inscreve na linhagem dos grands reporters, que percorrem milhares e milhares de quilômetros em desconfortáveis viagens não para buscar a imagem mais rara e espetacular, mas sim a mais humana e compassiva. Por outro lado, especializou-se também na fotografia aérea, na ânsia de estabelecer uma síntese visual da imensidão brasileira naquilo que o país-continente tem de mais característico e sedutor: o encontro entre terra e mar. Elaborou então uma poética exaltação plástica da paisagem, tanto pelos dramáticos efeitos de luz ou do movimento das ondas, quanto pela sensualidade dos recortes naturais de rios, praias, pedras, encostas, matas ou das areias esculpidas pelo vento.

Ao realizar a presente exposição em Paraty, João de Orleans e Bragança exibe em casa – na cidade que escolheu para viver e que o adotou com alegria e prazer – uma amostra do trabalho com que foi consagrado em diversas cidades do mundo.

Pedro Afonso Vasquez