BANGLADESH

De acordo com a ONG Anti-Slavery International, o trabalho forçado – ou servidão
por dívida – pode ser a forma de escravidão menos conhecida e a mais usada para escravizar pessoas. A Organização Internacional de Trabalho (OIT) estima que existam 250 milhões de crianças economicamente ativas (indivíduos com menos de 18 anos) ao redor do mundo. 61% desses trabalhadores – cerca de 153 milhões – estão na Ásia. Aproximadamente metade dessas crianças trabalham em período integral, e 20 a 30% delas – algo entre 30 e 46 milhões – estão submetidas a condições de exploração ou formas piores de trabalho infantil.
O Sudeste da Ásia é de longe a região onde a escravidão é mais predominante e culturalmente complexa. Na Bangladesh rural, dezenas de milhares de pessoas são trabalhadores forçados. Em alguns casos, famílias inteiras estão presas a seus patrões lutando para pagar seus empréstimos. Essas famílias incluem crianças, que estão sendo
forçadas a trabalhar diariamente. Tudo passa aparentemente despercebido. Como parte do projeto coletivo Formas Modernas de Escravidão, uma investigação fotojornalística do coletivo NOOR, Pep Bonet se volta ao assunto do trabalho infantil
e da exploração em Bangladesh, onde existem aproximadamente 5 milhões de crianças com idade entre 5 e 15 anos trabalhando em condições de risco em fábricas, garagens, casas, estações ferroviárias, mercados, em pequenas fundições – algumas por muito pouco ou sem pagamento. Muitos meninos e meninas que trabalhamnão têm acesso à educação e acabam ficando presos a trabalhos mal pagos e de pouca qualificação. Isso os mantém sempre atados ao círculo da pobreza.
A exploração sexual e o tráfico de crianças são problemas que afetam seu estigma psicossocial, sua saúde, e também seu reconhecimento na comunidade. As vítimas são afetadas pela pobreza, baixos níveis socio-econômicos e de práticas culturais, o que na região norte de Bangladesh contribui para que sejam ainda mais exploradas. O mercado do sexo está se expandindo em uma velocidade sem precedents e englobando todos os estratos da sociedade.
Este ensaio fotográfico será seguido de um filme multimídia sobre o mesmo assunto, que será lançado em breve.