7 Exposição:

CALDEIRÃO DO DIABO

DE ANDRÉ CYPRIANO

DE 20 DE SETEMBRO A 20 DE OUTUBRO DE 2006

O complexo penitenciário Candido Mendes, localizado na Ilha Grande, junto à baía de Angra dos Reis, no Estado do Rio agora são só ruínas, mas o Caldeirão do Diabo, como foi chamado pelo fotógrafo André Cypriano, está perpetuado nas imagens deste ensaio fotográfico, realizado oito meses antes da demolição. Nele estão o cotidiano dos 600 detentos e o imaginário do presídio. São retratos densos de personagens curiosos como os líderes Paulinho e Chiquito, um dos principais homens do Comando Vermelho (C.V.), organização criminosa formada dentro do Candido Mendes.

Os mais diferentes aspectos do ambiente são retratados por Cypriano – as grandes panelas fumegantes na cozinha, a arte como passatempo dos detentos, as celas, o pátio, as tarefas executadas. São imagens de um preto-e-branco impecável, retrato pungente e ao mesmo tempo nobre.

André Cypriano vive na Ilha Grande e nos Estados Unidos e trabalha como free lance, além de conduzir projetos sociais e de fotografia documental. O Caldeirão do Diabo, lançado em livro homônimo pela editora Cosac & Naify, foi contemplado em 1999 com o prêmio da fundação Mother Jones International Funde for Documentary Photography, da Califórnia, uma das mais respeitada instituições de incentivo à fotografia documental. O prêmio internacional, concedido para projetos em continuidade, permitiu a realização de seu novo trabalho, desta vez sobre a favela da Rocinha, que deu origem ao projeto: Rocinha: uma cidade órfã.

Denise Camargo.