18 Exposição:

RETRATOS FALANTES

DE PAULO FRIDMAN

DE 01 DE JULHO A 08 DE SETEMBRO DE 2009

Munido de uma câmera e folhas de papel em branco, o fotógrafo Paulo Fridman partiu para um de seus trabalhos autorais. Com uma espécie de estúdio ambulante, começou a fotografar pessoas nas ruas, pedindo que elas respondessem, nas folhas em branco, a três perguntas: Quem é você? O que você pensa do futuro do Brasil? Qual é o seu sonho? A exposição reúne cerca de 30 entre as 300 obras realizadas pelo fotógrafo, de 1999 a 2008, onde as composições de retratos e textos contendo as respostas transformam fisionomias anônimas e os registros de seus respectivos desejos em poemas visuais.

No primeiro dia desta experiência que começou em 1999, na Vila Madalena e no Largo da Batata, em São Paulo, uma velhinha que catava latas na rua topou fazer parte do trabalho. Sur-preendentemente respondeu às três questões em um bom português e identificou-se: Maria…, ex-professora e advogada. Neste momento Fridman percebeu que tinha começado um projeto de vida.

Como indaga Antunes: se uma imagem vale mil palavras, o que vale a palavra quando também se torna uma imagem? “A manuscrita presentifica as palavras em realidades icônicas que, dispostas sobre os rostos, acentua o desvelamento de cada uma dessas pessoas”, afirma o músico e poeta.

Nesta série, que já nasceu premiada no concurso Brasil na Virada do Século, em 2000, foi finalista do Adobe Digital Context e faz parte do acervo da Librery of Congress em Washington, foi também exibida na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em recorte com curadoria de Diógenes Moura, em 2004.

A exposição pega carona na FLIP 2009 e é um “esquenta” das atividades do 5º Paraty em Foco – Festival Internacional de Foto-grafia de Paraty, que este ano ocorre de 23 a 27 de setembro e promete uma programação atenta às transformações da fotografia documental, onde o trabalho de Fridman é um bom exemplo de “documento repaginado”.